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domingo, 16 de maio de 2010

O crucifixo no centro do altar

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O Compêndio do Catecismo da Igreja Católica no nº 218, faz a seguinte pergunta: "O que é a liturgia?" E responde:

A liturgia é a celebração do Mistério de Cristo e em particular do Mistério pascal. Nela, através do exercício do ofício sacerdotal de Jesus Cristo, com sinais se manifesta e se realiza a santificação do homem e é exercido pelo Corpo Místico de Cristo, que a cabeça e os membros, o culto público devido a Deus.

A partir desta definição, entendemos que o centro da ação litúrgica da Igreja é Cristo, Sumo e Eterno Sacerdote, e seu mistério pascal da Paixão, Morte e Ressurreição. A celebração litúrgica deve ser a transparência dessa verdade teológica. Por muitos séculos, o símbolo escolhido pela Igreja para a orientação do coração e do corpo durante a liturgia é uma representação de Jesus crucificado.

A centralidade do crucifixo na celebração do culto divino é mais proeminente no passado, quando existia a tradição de que o padre e os fiéis durante a celebração eucarística estavam voltados para o crucifixo no centro, acima do altar, que era geralmente contra a parede. Para o costume de celebrar o atual "versus populum", muitas vezes, a cruz está localizada ao lado do altar, perdendo a sua localização central.

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O então teólogo e cardeal Joseph Ratzinger, tinha reiterado que, mesmo durante a celebração "versus populum", o crucifixo devia se mantido na sua posição central, mas é impossível pensar que a imagem do Senhor crucificado - que exprime o seu sacrifício e então o significado mais importante da Eucaristia - pudessem ser de alguma maneira perturbadora. Depois de se tornar Papa, Bento XVI, em seu prefácio ao primeiro volume de sua "Gesammelte Schriften", disse que estava feliz pelo fato que se estava fazendo sempre mais vezes a sua proposta em seu famoso ensaio "Introdução ao Espírito da Liturgia". Esta proposta foi a sugestão de "não avançar com novas transformações, mas simplesmente pôr a cruz no centro do altar, para que esta possa assistir ao mesmo tempo sacerdote e fiéis, para serem orientados, assim, para o Senhor, a Quem nós oramos juntos."

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O crucifixo no centro do altar nos mostra o esplendor do significado da sagrada liturgica, que podem ser resumidas no nº 618 do Catecismo da Igreja Católica, uma parte que termina com uma citação agradável de Santa Rosa de Lima:

A cruz é o único sacrifício de Cristo, "único mediador entre Deus e os homens" (1Tm 2,5). Mas, pelo fato de que, na sua Pessoa Divina encarnada, "de certo modo uniu a si mesmo todo homem" (Concílio Ecumênico Vaticano II, Gaudium et Spes, 22), "oferece a todos os homens, de uma forma que Deus conhece, a possibilidade de serem associados ao Ministério Pascal. (ibid.). Chama a seus discípulos a "tomar a cruz e a segui-lo" (Mt 16, 24), pois "sofreu por nós, deixou-nos um exemplo, a fim de que sigamos os seus passos" (1Pd 2, 21). Quer associar a seu sacrifício redentor aqueles mesmos que são os primeiros beneficiários dele. (cf. Mc 10,39 João 21,18-19; Col 1:24). Isto realiza-se de maneira suprema em sua Mãe, associada mais intimamente do que qualquer outro ao mistério do seu sofrimento redentor. (cf. Lc 2,35).

"Fora da Cruz, não existe outra escada por onde subir ao céu". (Santa Rosa de Lima, cf. P. Hansen, Vita mirabilis, Louvain 1668).

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Fonte: Oficio das Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice

http://www.vatican.va/news_services/liturgy/details/ns_lit_doc_20091117_crocifisso_it.html

12 comentários:

  1. Muito bom. Solene e belo.
    Significativo.
    Mas não é obrigatório.

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  2. Sim, não é obrigatório, mas o leitor deve perceber que se trata de um DOCUMENTO DA IGREJA, emanado do Ofício das Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice, e que é, pois, vivamente recomendado por ele.

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  3. Não, NÃO é um documento da Igreja.
    Apenas um comunicado do Ofício de celebrações Litúrgicas do Santo Padre.

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  4. Caro sr. anônimo (o III),

    Se é um comunicado, é um documento. Um texto é um documento. E se vem da Igreja é "documento da Igreja".

    Não é Magistério, ao menos não Magistério ordinário ou extraordinário (no máximo, autêntico), mas não se nega o teor de documento. O que caracteriza um documento? Queira, por favor, abrir um dicionário.

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  5. Não, não é um documento da Igreja.
    É um mero comunicado, uma notificação.
    Por favor, você entendeu muito bem o que quis dizer com isto.

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  6. Paz e Bem!
    No altar ‹‹versus populum›› vejo um inconveniente de o Crucifixo estar no centro do altar: encobre o celebrante e o centro da celebração que é o acto da Consagração.
    De igual modo também a 7ª vela, nas Missas de Pontifical, perturba a visibilidade, estando ao centro do altar.
    Aqui na Sé Catedral de Braga o Crucifixo está do lado da Epístola (lado direito quem está voltado para para o altar), sobre umas pedras que faziam parte do primitivo altar-mor desta mesma Sé, velhinha de 900 anos.
    Tanto este Crucifixo como os seis candelabros que ladeiam o altar-mor fazem parte de um ‹‹banqueta›› barroca, tendo este conjunto na parte inferior as armas da Ordem de S. Bento, sendo talvez originário de um mosteiro desta Ordem.
    O actual altar-mor, com o seu frontal renascentista de pedra-ançã, foi descido do lugar ‹‹Versus Deum›› que ocupava na capela-mor para o arco-cruzeiro, sendo colocado no seu lugar o trono do Arcebispo e cadeirais para o Cabido, completando o conjunto já existente.
    Nas Missas Solenes de Pontifical é colocado um pequeno círio aceso sobre o altar, do lado da Epístola, que é a tal ‹‹7ª vela››.
    Ir. Alberto Guimarães OFS
    Fraternidade Franciscana Secular de Braga
    Portugal

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  7. Caríssimo Ir. Alberto:

    Sua posição é lícita, evidente. Eu também gostaria de expor outra posição, também lícita, que é a do Cardeal Ratzinger, hoje Papa Bento XI, no seu livro "Introdução ao Espírito da Liturgia":

    "Considero as inovações mais absurdas das últimas décadas aquelas que põe de lado a cruz, a fim de libertar a vista dos fiéis para o sacerdote, Será que a cruz incomoda a Eucaristia? Será que o sacerdote é mais importante que o Senhor? Este erro deveria ser corrigido o mais depressa possível , não sendo precisoas para isso nenhumas reconstruções. O Senhor é o ponto de referência."

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  8. Perfeito... mas muitos (mesmo aqui no site) tem serias reservas quando se fala do RITO NOVO celebrado da forma correta. Ao que me parece o proprio SANTO PADRE o utiliza bem mais que o RITO TRIDENTINO, como se derpeende das fotos acima.

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  9. Sr. anônimo,

    A sua acusação de que membros da nossa equipe têm reservas ao rito novo celebrado corretamente e mesmo SÉRIAS reservas, é grave. Gostaria de provas.

    Reitero que nossa equipe toda é favorável aos dois ritos. É condição para pertencer ao SALVEM.

    Aliás, o Santo Padre não é que celebre bem mais o novo do que o tridentino. Desde que foi eleito, ele NUNCA celebrou o TRIDENTINO. As fotos dele versus Deum são em Missas no rito NOVO.

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  10. Otimo artigo, parabens. Vou colocar no meu blog.
    Prof. Cleidson Granjeiro

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  11. Perfeito, sem o que dizer, este por si é o modo mais correto, e significativo na Santa Liturgia,

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  12. Quanto a não obrigatoriedade desse arranjo é cabível aos ainda desconhecedores a esplanação esclarecedora muito relevante no embate:
    Instrução Geral do Missal Romano:
    117. O altar seja coberto ao menos com uma toalha de cor branca. Sobre ele ou ao seu redor, coloquem-se, em qualquer celebração, ao menos dois castiçais com velas acesas... Haja também sobre o altar ou em torno dele, uma cruz com a imagem do Cristo crucificado.

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