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segunda-feira, 12 de julho de 2010

Jubileu da Ordem da Visitação de Santa Maria

VIVA + JESUS!

1610 - 2010

A Igreja este ano se alegra por um especial acontecimento, o 4º Centenário de fundação da Ordem da Visitação. A Ordem é formada por religiosas contemplativas de estrita clausura, normalmente chamadas de visitandinas ou filhas de Santa Maria.

A venerável Ordem foi fundada em 1610 em Annecy - França por São Francisco de Sales e Santa Joana de Chantal, a história da fundação reúne as melhores características dos dois fundadores. São Francisco de Sales bispo de Genebra, conhecido por sua habilidade em dirigir as almas nos caminhos da santidade e por seu grande zelo pastoral; Santa Joana de Chantal viúva e mãe de seis filhos depois de muito sofrer dentro do próprio lar encontrou em São Francisco de Sales um diretor espiritual que correspondia aos seus desejos. Mais tarde uma de suas filhas viria a ser também sua companheira na Ordem.

O desejo dos fundadores era no novo instituto acolher mulheres que não tivessem grandes forças físicas para as habituais mortificações, comum nas antigas ordens, mas um grande desejo de união com Deus através das mortificações interiores. Procurar cumprir somente a vontade de Deus e aceitar tudo como prova de seu Amor seriam as características distintivas da Ordem. Na nova comunidade São Francisco de Sales conseguiu perpetuar sua doutrina espiritual exemplificada na “Introdução á vida devota – Filotéia” e no “Tratado do Amor de Deus”.

O nome “Visitação” surgiu como sinal da vocação especifica das religiosas que como a Virgem Santíssima deveriam carregar com simplicidade, humildade, vida interior a presença de Deus dentro do próprio coração, como Ela fez indo a sua prima Santa Isabel levando no ventre o Verbo Encarnado.

O bispo de Genebra no início não tinha em mente constituir uma ordem, seu
desejo era um grupo de mulheres sem votos externos e sem clausura que livres deveriam viver seu carisma junto aos mais necessitados. A idéia de São Francisco viria a se realizar mais tarde nas Irmãs da Caridade fundadas por São Vicente de Paulo, o desejo de intensa vida contemplativa implicaria na redução do tempo dedicado aos pobres.

A Ordem começou suas atividades oficialmente em seis de
junho de 1610, Domingo da Santíssima Trindade. A viúva baronesa de Chantal foi designada como primeira superiora, com ela Jacqueline Marie-Favre, Charlotte Brechard e Anne-Jacqueline Coste que seria a primeira irmã conversa* da comunidade.

O primeiro convento da Ordem ficava no subúrbio de Annecy, logo após sua fundação o instituto foi alvo de severas críticas por sua “aparente” frouxidão na vida religiosa e por não seguir os antigos costumes. As primeiras noviças da Ordem foram Perrone-Marie de Chatel e Marie-Amee de Blonay.

Após perceber o aumento das religiosas o Arcebispo de Lyon exigiu que seguissem alguma regra aprovada pelo Concílio de Trento, diante da ordem do Arcebispo Marquemont São Francisco de Sales entregou para suas filhas a Regra de Santo Agostinho, fazendo alterações que caracterizassem a Ordem e sua espiritualidade.

A ousadia de Francisco e Joana não conhecia limites, decidiram aceitar sem reservas não somente as virgens, mas também viúvas com a condição de que os filhos pudessem viver sem dificuldades e também mulheres doentes ou com debilidades físicas seriam aceitas. O desejo de “união perfeita com o Amor Divino” era a única exigência da qual não se abria mão.

As austeridades do claustro foram ao máximo reduzidas, não recitavam o Ofício Divino de madrugada, não possuíam camas duras ou com utensílios mortificantes, não faziam abstinência perpetua de carne nem jejuns prolongados. A única mortificação aceita por São Francisco de Sales foi o uso da disciplina toda sexta-feira. A intenção de São Francisco, que conhecia profundamente as almas, era reduzir as mortificações exteriores para exigir uma profunda mortificação interior na observância das votos religiosos e da vida comunitária.

Os hábitos, cruzes, rosários, livros devocionais eram regularmente trocados entre as religiosas para que não se apegassem aos objetivos. A obediência para com a superiora deveria ser total e sem frivolidades, mas sempre sincera e cordial. O dia das monjas era dividido entre as orações no coro e leituras espirituais com momentos de recreação nos quais eram tratados temas espirituais de forma livre.

A Ordem da Visitação foi erigida canonicamente em 1618 pelo Papa Paulo V e louvada por seu testemunho em uma Bula de Urbano VIII de 1626. No primeiro centenário em 1710 foi definida como “admirável pela sabedoria, discernimento e moderação, elementos que tornam a perfeição religiosa mais acessível.” Quando São Francisco de Sales partiu para as alturas celestes suas filhas estavam reunidas em 13 conventos, ao morrer Santa Joana (1641) o número era de 86.

Deus cumulou a Ordem desde seu início através de São Francisco de Sales e Santa Joana de Chantal, santos notoriamente conhecidos por sua doutrina mística de fácil aprendizado e prática. Porém, seria para uma de suas filhas que Deus faria a mais tocante revelação: O amor presente em seu Sagrado Coração. Esta era Irmã Maria Margarida Alacoque, religiosa do mosteiro de Paray-le-Monial.

Outras religiosas ilustres testemunharam à vida e o amor dócil desejado pelos fundadores, entre elas Anne-Madeleine Rémuzat visitandina de Marselha responsável pela propagação do Sagrado Coração. Madre Marie de Sales Chappuis, religiosa suíça fo
i fundadora de vários mosteiros e dos Oblatos e Oblatas de São Francisco de Sales. A serva de Deus Marie-Marguerite Bogner testemunhou no século XX o amor de Deus e a segura via da doutrina salesiana.

Coroam a Ordem sete religiosas mártires em Madrid durante a guerra civil espanhola em 1936, todas elas fuziladas. O Papa João Paulo II, de louvável memória, beatificou as monjas em 1998.

*Monjas conversas: eram religiosas normalmente analfabetas que eram admitas dentro do claustro para executarem as atividades domésticas. Não possuiam direto ao voto no Capítulo.







Um comentário:

  1. Rafael_Vitola_Brodbeck13 de julho de 2010 às 00:08

    Impressionante! Sou um devoto de São Francisco de Sales, que converteu mais hereges em Genebra com sua doçura do que se atraem moscas com um pote de mel!

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