Ó bom Jesus, ó dulcíssimo Senhor, nenhuma gota, mas uma onda de sangue saiu do vosso corpo, das mãos e dos pés na crucificação, da cabeça na coroação de espinhos, de todo o corpo na flagelação e do mesmo coração na abertura do lado, e faz maravilhas se ainda resta sangue em Vós.
Diz-me, ah, diz-me, ó dileto Senhor meu, por que espalhastes tanto sangue do vosso corpo, enquanto uma única gota do vosso sacratíssimo sangue poderia bastar para a redenção de todo o mundo? Mas eu sei, ó Senhor, verdadeiramente eu sei que fizestes isto não por outro, senão para mostrar com quanto afeto Vós me amastes.
Ó suavíssimo Senhor e Salvador do universo, bom Jesus, como posso dignamente render-vos graças, desde o princípio do vosso nascimento até o fim na duríssima morte, mas, também depois da morte, tirastes tanto sangue e tivestes com isso o cuidado de manifestar o amor da vossa excelentíssima caridade com tanta efusão do vosso sangue?

Ó dulcíssimo bom Jesus, de quem provém todo bem e todo dom perfeito, guardastes com misericórdia, a nós que humildemente confessamos e verdadeiramente sabemos que sem vós não podemos fazer nada e, vós que vos destes por nós como prêmio redentor, concede que, embora sejamos indignos deste grande preço, sejamos em tudo inteiramente e perfeitamente restituidores da vossa graça, de modo que, conformando-nos à imagem da vossa paixão, sejamos refeitos também segundo a imagem da vossa divindade, que nós perdemos com o pecado. Assim seja.