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domingo, 4 de julho de 2010

O valor da liturgia - trechos de "Nociones elementales de liturgia", D. Gubianas, OSB

Apresentamos uma tradução ao português de um excerto do magnífico livro "Nociones elementales de liturgia", de D. Alfonso Maria Gubianas, OSB, publicado em Barceleno, em 1930.

1º A liturgia participa das notas da Igreja

Para compreender o valor da liturgia católica, fixemo-nos primeiramente no fato de que ela reveste todos os caracteres que distinguem a verdadeira Igreja, e participa de suas notas gloriosas.

Por sua antiguidade, se remonta aos Apóstolos; é una em substância; como a túnica da rainha, não admite diversidade senão em seu ornato e, por assim dizer, nas pérolas e brocados que a embelezem; é universal, pertencendo a todo lugar e tempo; é santa, com a santidade própria do Espírito Santo, que a anima interiormente, e que, falando pelas Escrituras e pela Tradição, forma toda a trama das palavras sagradas.

2º Nos ensina como temos de cumprir o primeiro de nossos deveres religiosos

Consistindo a liturgia no exercício eclesiástico da virtude da religião, se compreende também facilmente que seu valor seja importantíssimo, já que ela nos ensina como devemos cumprir o primeiro de nossos deveres religiosos para com Aquele de quem tudo temos recebido: o dever de adorar a Deus. Assim como nossa primeira relação para com Deus é a relação de dependência absoluta, assim nosso primeiro dever para com Ele é o de adorá-Lo, reconhecendo essa mesma dependência. E a liturgia não só nos ensina o cumprimento deste primeiro dever para com Deus, senão que nos propõe o santo sacrifício da Missa como o ato supremo de culto, com o qual reconhecemos o domínio que Ele tem sobre todos os homens e sobre todas as criaturas.

Mediante o santo sacrifício da Nova Lei, não só adoramos a Deus, senão que por seu intermédio Lhe damos graças por todos os benefícios recebidos, Lhe pedimos tudo quanto nos é necessário, e Lhe aplacamos pelas ofensas com as quais O injuriamos. Assim considerado o santo sacrifício, bem o podemos reconhecer como um sapientíssimo e o mais admirável compêndio do cristianismo.

3º Nos prepara para oferecer o santo sacrifício

A sagrada liturgia não só nos propõe o santo sacrifício da Missa como meio para adorar a Deus e cumprir com nossos principais deveres religiosos, mas também nos prepara e nos ensina como temos de oferecer ao Altíssimo o que Lhe é mais agradável, o que sempre O apraz.

É tão grande o desejo da Igreja de que ofereçamos de modo devido ao Senhor o santo sacrifício, que bem podemos nos assegurar que toda a ordem do Ofício Divino se propõe a elevar nossa mente e nosso coração para que nos encontramos melhor dispostos ao oferecimento da Vítima que nos reconcilia com nosso Deus, três vezes santo.

Não somente a ordem do Ofício Divino é uma preparação para oferecer a Deus o santo sacrifício da Missa, senão que mediante o sacramento do Batismo e o da Penitência, a liturgia prepara e dispõe as almas para apresentar ao Altíssimo a vítima de um valor infinito, o sacrifício do próprio Jesus Cristo.

4º Nos ajuda para a santificação de nossas almas

A santificação de nossas almas é o segundo dos fins a que se propõe a sagrada liturgia.

É tão certo que a liturgia se propõe também a nossa santificação que na atual economia da graça ninguém poderá se santificar prescindindo voluntária e conscientemente da liturgia, deixando de lado o que nos propõe a sagrada liturgia, omitindo os meios de santificação oferecidos pela sagrada liturgia, já que com ela e mediante os santos sacramentos, que constituem uma de suas mais importantes partes, nos purificamos de toda mancha de pecado, se nos comunica abundante e copiosamente a graça que nos eleva a uma ordem sobrenatural, e nos faz santos, agradáveis a Deus e participantes de sua própria divina natureza.
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