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sábado, 31 de julho de 2010

Beato Cardeal Schuster: A Santa Liturgia, suas divisões e suas fontes, parte I


O Salvem a Liturgia se alegra em trazer mais um texto do Beato Schuster, batizado Alfredo Ludovico e, beneditino, chamado Dom Ildefonso. De seu Liber sacramentorum apresentamos o primeiríssimo capítulo, do primeiro tomo, intitulado A Santa Liturgia, suas divisões e suas fontes.

Em Julho de 2010 havíamos já publicado Música e poesia nas sinaxes eucarísticas, sétimo capítulo do primeiro tomo. Nós o publicamos em duas partes: esta é a primeira, esta é a segunda.

O capítulo cuja publicação iniciamos hoje foi divido em quatro partes, aparecendo a primeira hoje e as seguintes nos próximos Sábados.

É importante dizer, também, que o texto original foi escrito em italiano, a língua materna do beato, mas a tradução aqui publicada se baseia na tradução francesa. Também por isso, mas não só, certamente há imprecisões e escolhas infelizes, pelas quais o leitor me há de perdoar.

*

Beato Ildefonso [Alfredo Ludovico] Cardeal Schuster (1880-1954)

A Santa Liturgia, suas divisões e suas fontes
(Capítulo primeiro do tomo primeiro de Liber sacramentorum - notas históricas e litúrgicas sobre o Missal Romano)

A Santa Liturgia, em seu significado mais amplo, tem por objeto a vida religiosa e sobrenatual do Cristianismo em suas diferentes manifestações sacramentais, eucológicas, rituais, literárias e artísticas, abrangendo assim, como uma vasta síntese, o que de mais sublime foi pensado no mundo, para apreender e exprimir o indescritível e o divino. Isto não é tudo. Filhos da Igreja Católica e herdeiros da revelação dogmática feita aos antigos Patriarcas e aos Profetas de Israel, nossa organização religiosa em seus elementos fundamentais antecede não apenas a própria vinda do Filho de Deus ao mundo, mas é anterior, em numerosos séculos, às mais antigas civilizações que a História menciona, impondo-se, por isto mesmo, ao respeito e à veneração dos eruditos. Sua origem não é puramente natural e humana, seja porque o elemento dogmático do Cristianismo provém de uma revelação divina direta e positiva, seja ainda porque a vida e a atividade da Igreja derivam do Espírito de Jesus, que nela vive e opera.

Trata-se de um poema sagrado verdadeiramente tocado pelo céu e pela terra, no qual a humanidade, resgatada pelo Sangue do Cordeiro sem mancha, voa muito alto sobre as asas do espírito até o Trono de Deus. É mais do que uma simples elevação, pois a liturgia sagrada não apenas representa e exprime o inefável e o divino, mas, por meio dos sacramentos e de suas fórmulas eucológicas, produ-la e a realiza nas almas dos fiéis, aos quais comunica a graça da Redenção. Além disso, pode-se dizer que a fonte da santidade da Igreja está toda compreendida em sua Liturgia, ao ponto em que, sem os divinos sacramentos, a Paixão do Salvador, na economia presente instituída por Deus, não teria em nós eficácia nenhuma, pela falta de instrumentos aptos a nos transmitir seus tesouros.

A Liturgia não deve nada a nenhuma outra ciência, pois abarca as origens primeiras da humanidade, suas relações essenciais com o Criador, a Redenção, os sacramentos, a graça, a escatologia cristã; tudo o que existe, em suma, de mais sublime, de mais perfeitamente estético, de mais importante e necessário ao mundo. Por razões de método, no entanto, este vasto campo pode ser dividido e repartido em diferentes seções, das quais cada uma compreende um lado e um aspecto particular e determinado da vida religiosa católica. Assim, pode-se-lhe traçar um diagrama:

[NT: Este diagrama foi traduzido e copiado exatamente como aparece no livro. Para vê-lo um pouco maior, clique nele.]
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